terça-feira, 21 de junho de 2011

Quando a plástica modifica mais do que a aparência

O Brasil realiza mais de meio milhão de cirurgias plásticas por ano. A parte visível desse procedimento é a intervenção com finalidade estética. Muitos desconhecem o número significativo de pessoas que recorrem à plástica para reparar deformidades adquiridas ou de nascença que, além do comprometimento total ou parcial do membro, podem deixar sequelas psicológicas.

Ao retirar um tumor que compromete a face, por exemplo, o paciente pode desenvolver um trauma estético que gera frustrações e senso de rejeição profundo. A cirurgia plástica reparadora intervém desencadeando a melhoria estética e, assim, trata as dores psíquicas.

“Toda plástica, quando digna, salva a vida de uma pessoa em todos os aspectos. É o tipo de intervenção que tem uma importância social”, afirma o cirurgião plástico Ivo Pitanguy, referência mundial em cirurgia plástica e reconstrutora.

Em atenção a essa demanda o Hospital Meridional estruturou um Centro de Referência de Diagnóstico e Tratamento que conta com uma equipe multidisciplinar para os pacientes.

À frente do centro, o cirurgião plástico Jorge Moulim explica que a autoestima é o que mais busca quem precisa de uma intervenção reparadora. Ela devolve ao paciente o senso de pertencer aos padrões de estética vigente, o que antes não existia. “São pessoas que se sentem excluídas. Ao serem submetidas à plástica reparadora passam a ter melhor qualidade de vida”, acrescenta.

Cerca de 172 mil pessoas passaram pela situação, segundo levantamento do Instituto Datafolha que traçou o perfil da cirurgia plástica brasileira. Os dados mostram 74 mil intervenções feitas para corrigir sequelas por tumores, 22 mil por acidente e 21 mil por defeitos congênitos (ver quadro abaixo).

Assim como na cirurgia plástica com finalidade estética a intervenção reparadora é realizada mais em mulheres. “Também por isso o procedimento tem sua importância social. As questões culturais imputam à mulher mais cuidado com o corpo”, informou o cirurgião plástico Jorge Moulim.


Perfil da cirurgia plástica brasileira:


Tipo de Cirurgia
. Estética - 457 mil (73%)
. Reparadora - 172 mil (23%)

Cirurgias Reparadoras
. Tumores - 74 mil (43%)
. Acidentes Urbanos - 22 mil (13%)
. Defeitos Congênitos - 21 mil (12%)
. Queimaduras - 21 mil (12%)
. Acidentes Domésticos - 12 mil (07%)
. Reconstrução Mamária - 05 mil (03%)
. Outros - 17 mil (10%)

Cirurgias Estéticas

. Aumento das Mamas - 96 mil (21%)
. Lipoaspiração - 91 mil (20%)
. Abdome - 69 mil (15%)
. Redução das Mamas - 55 mil (12%)
. Pálpebras - 41 mil (09%)
. Nariz - 32 mil (07%)
. Face - 32 mil (07%)
. Orelhas - 23 mil (05%)
. Outros - 18 mil (04%)


Sexo
. Estética Feminino - 402 mil (64%)
. Estética Masculino - 55 mil (8,7%)
. Reparadora Feminino - 101 mil (16%)
. Reparadora Masculino - 71 mil (11%)

Nacionalidade
. Brasileiros - 597,55 mil (95%)
. Estrangeiros Não Residentes - 18,87 mil (03%)
. Estrangeiros Residentes - 12,58 mil (02%)


Fonte: Datafolha

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