quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Fluorose: intoxicação silenciosa



Um novo assunto está em moda nos consultórios de odontopediatria: a quantidade de flúor na pasta de dente infantil. Devido a preocupação com a ocorrência da fluorose (manchas esbranquiçadas que aparecem com a ingestão de flúor durante a formação dos dentes), alguns profissionais e associações médicas e odontológicas começaram a recomendar que crianças em idade pré escolar escovassem os dentes com pasta de dentes sem flúor ou com flúor em baixa concentração, de até 450 PPM (partes por milhão).

Entretanto, recentemente, em função de achados científicos, essas recomendações têm sido reformuladas. Um novo estudo realizado pela UNICAMP, coloca em xeque a eficácia do creme dental sem flúor para crianças. O estudo mostrou que cremes dentais com concentração muito baixa de flúor não são tão eficientes contra cárie, além de não evitar a fluorose.

De acordo com a especialista em ortodontia, Janaina Melo, a presença de flúor na saliva é muito importante para a prevenção da cárie dentária e, por isso, a recomendação do Ministério da Saúde é ficar atento à quantidade de pasta dental fluoretada utilizada. A indicação é o uso de pequena quantidade com concentração de flúor em torno de 1000 a 1100 PPM.

Como medida de segurança, a Associação Brasileira de Odontopediatria recomenda o uso de pastas de dentes em crianças de 0 a 4 anos, que não sabem cuspir, a quantidade de um grão de arroz cru (0,1g) e, nos que sabem cuspir (acima de 4 anos) a quantidade equivalente de um grão de ervilha (0,3g). Pesquisa recente sugere para bebês com até oito dentes na bocam colocar a quantidade equivalente a metade de um grão de arroz cru (0,05g). Essa escovação deve ser realizada duas vezes por dia.

A Associação Brasileira de Odontopediatria esclarece que essa quantidade de flúor ingerida é segura em termos de fluorose dental e o beneficio anticárie é mantido. O grande causador da fluorose é a quantidade de flúor ingerida, não a sua concentração. Assim, pasta de dente deve ser encarada como um artigo de higiene pessoal e não comida, bala... 


O excesso de flúor pode ser tóxico apesar de em quantidade recomendada ser benéfico. Sua toxicidade pode ser aguda, quando grande quantidade de flúor é ingerida de uma só vez ou crônica quando pequenas quantidades são ingeridas continuamente. Em sua forma aguda a toxicidade pode variar desde uma simples perturbação gastrointestinal até a parada respiratória e consequentemente morte.

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