sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Beijo x Halitose: uma combinação que não dá certo

Estímulos visuais, olfativos e auditivos ativam alguns hormônios, entre eles a feniletilamina, responsável por comandar a atração física, a dopamina, que garante a sensação de prazer e bem-estar, e a ocitocina ou hormônio da paixão e do amor, que provoca uma sensação de aconchego ao toque e carícias. Quando um indivíduo está apaixonado, a pele também fica mais sensível ao toque, porque seus mais de 5 milhões de receptores se ativam. Esses sintomas de excitação, provocados pela paixão, duram de 1,5 a 3 anos, que é o tempo em geral, sob o ponto de vista biológico, de os indivíduos casarem e terem filhos.

Segundo os médicos, normalmente optamos por pessoas que apresentam um sistema imunológico incompatível, do ponto de vista genético, com o nosso, com o objetivo de promover uma maior variedade genética. Mas essa escolha é feita de forma inconsciente pelo nosso cérebro, pela troca de saliva durante o beijo e pelo suor, uma vez que alguns estudos indicam que as pessoas também optam por um cheiro que não é compatível com o seu próprio.

Porém, ninguém se apaixona pelo mau cheiro. Um hálito agradável é imprescindível para o início de um grande amor. O normal é o hálito humano ser inodoro ou ligeiramente perceptível pelas pessoas ao seu redor. A halitose, nome científico do mau-hálito, é uma anormalidade do hálito, em que são liberados odores desagradáveis. É o sintoma de algum problema de origem local, geral, sistêmica e/ou emocional, ou seja, é um sinalizador de que algo não vai bem no organismo.

Dezenas de causas são relacionadas à halitose. Dentre as causas gerais, destacam-se as de origem respiratória (exemplos: sinusite e amidalite), digestiva (exemplo: erupção gástrica, tumores e úlcera duodenal), metabólica (exemplo: diabetes, alterações hormonais) e emocional (estresse).

De acordo com a especialista em ortodontia, Janaina Melo, aproximadamente 85% dos casos de halitose estão relacionadas a causas bucais. "Dentre estas podemos citar o acúmulo de placa dentária, a cárie e suas sequelas, alterações gengivais e periodontais, peças protéticas deterioradas ou mal adaptadas, alteração na composição e quantidade da saliva e principalmente a saburra lingual", afirma. A saburra é uma camada de restos alimentares, bactérias e células descamadas que se acumula sobre a língua dando-lhe um aspecto esbranquiçado.

Algumas pessoas sofrem de halitose e não percebem. Isso ocorre porque o olfato, assim como a visão, é suscetível à grande adaptação. Na primeira exposição a um cheiro muito forte, a sensação pode ser muito intensa, mas dentro de alguns minutos, o odor quase não é mais sentido. Dessa forma, as pessoas são incapazes de avaliar sua própria halitose.

O mau hálito matinal é conhecido como halitose fisiológica. Ela ocorre porque durante o sono a produção de saliva cai para níveis mínimos, causando a putrefação de células descamadas da mucosa bucal que permanecem retidas na boca. Soma-se a isso o longo período sem a ingestão de alimentos, diminuindo os níveis de glicose no sangue e deixando o hálito com odor cetônico.

O tratamento deve ser baseado na correta identificação da causa (ou causas) que determina a produção dos gases causadores do mau hálito e na sua eliminação ou atenuação. A higiene bucal também é fundamental para o sucesso do tratamento. Ter mau hálito não é normal, portanto, em caso de suspeita, procure um cirurgião-dentista.

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