quarta-feira, 30 de maio de 2012

Administradora sofre acidente grave, tem três paradas cardíacas, infecção generalizada e sobrevive


Superação define a vida da administradora Daniele Pittol, de 23 anos. Hoje, ela comemora a formatura do curso interrompido no final de 2011, em virtude de um grave acidente de carro. A colisão a fez perder o rim esquerdo, sofrer três paradas cardíacas e ser acometida por uma infecção generalizada que deixou sua barriga com um ‘buraco’. “Não aguentaria sair dessa. Diziam os médicos”, lembra.

O acidente se deu no retorno de uma visita técnica que Daniele, à época, fez com a turma da faculdade para São Paulo. O ônibus em que estava foi atingido violentamente por uma carreta na contramão. “Tombamos sete vezes e rolamos por cerca de sete metros”, conta.

Com o braço quebrado e poucas dores ela foi para um hospital no Rio de Janeiro. “Aparentemente meu estado não era grave. Contudo, comecei a vomitar e urinar sangue. Fui submetida a uma tomografia. O exame detectou grave hemorragia e que meu rim havia estourado. Tive três paradas cardíacas e segui direto para o Centro de Terapia Intensiva (CTI)”, detalhou a vítima.

Rapidamente o quadro de Daniele Pittol começou a piorar. Ela desenvolveu pneumonia e suspeita de trombose em sua perna esquerda. “Para agravar ainda mais. Tive perfuração no intestino. Os médicos acharam que eu não sobreviveria, pois eu estava muito fraca. Eles nem quiseram dizer nada para minha família. A situação era muito crítica”, contou ela.

Consciente em todo o tempo, a capixaba Daniele Pittol relembra que foi preciso uma colostomia, abertura cirúrgica feita no abdômen para coletar fezes. “Meu organismo não reagiu tão bem após um tempo. Acabei desenvolvendo uma infecção generaliza que provocou um buraco em minha barriga”, disse.

Segundo ela, essa abertura propiciou uma deformação em seu abdômen. “Tudo porque não podiam fechar o buraco. Ainda precisava de auxílio para dar vazão ao conteúdo do intestino. O orifício ficou três meses aberto”, completa.

Essa batalha Daniele venceu aos poucos. Foram 33 dias de internação. “Contudo, vivo hoje com sequelas. Não tenho um dos meus rins e foi necessário buscar intervenção estética para meu abdômen, que ficou destruído”, conta.


Mais cirurgias

Em março deste ano, ela voltou à sala de cirurgia. Desta vez para fazer a correção do abdômen. “Procedimento de reconstrução com retalhos e reconstituição do umbigo. Essa parte do corpo de Daniele ficou visivelmente afetada com o acidente”, explica o cirurgião plástico Jorge Moulim, do Hospital Meridional.

Segundo ele, a deformação da paciente não poderá ser corrigida com um único procedimento. “As correções envolvem diferentes equipes médicas, e nosso objetivo é devolver a autoestima que Daniele tinha antes do acidente”, ressaltou o médico.

Jorge Moulim acrescenta, ainda, que a cirurgia plástica reparadora gera um benefício em potencial que ultrapassa os limites da estética. “É o tipo de intervenção que tem uma importância social”, afirma.

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