quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Bebê com má formação no fígado recebe órgão do próprio pai

Dar a vida a um mesmo filho duas vezes. Foi o que aconteceu com o mecânico Cleber Teles Coimbra, 33 anos. Ele doou parte do próprio fígado para salvar a filha, um bebê diagnosticado com uma má formação do órgão. Sem tratamento para a enfermidade a única chance de sobrevivência da criança é o transplante realizado na noite de ontem (06) pela equipe multidisciplinar do Hospital Meridional.

"Não tive dúvida para tomar essa decisão. Imediatamente ao saber que ela precisava do transplante me prontifiquei para doar meu fígado. Já foram feitos todos os exames que comprovam a compatibilidade. Agora é só aguardar a realização do procedimento”, conta Cleber Teles.

Meu mundo caiu. Um bebê que nunca sofreu com cólica precisou de internação de uma hora para outra”, desabafa Bianca Garcia Machado, uma dona de casa, de 35 anos, que viu a filha ser diagnosticada com atresia biliar, uma má formação do fígado que leva o órgão à degeneração.

Segundo ela, a filha nunca apresentou nenhum problema de saúde desde o nascimento. “Até que um dia, inesperadamente, ela apresentou uma febre de 40 graus. Estava com três meses de vida. A febre não baixava e fomos ao pronto-socorro”, narra Bianca Garcia.

Ela conta que nesse dia o médico plantonista estranhou a cor amarelada da filha e solicitou uma bateria de exames. Dada a urgência, eles foram feitos em 24 horas. “Esse foi o prazo para termos o diagnóstico de que minha filha sofria de uma anomalia no fígado e a saúde dela era preocupante”, completou a mãe.

Começou ali uma corrida contra o tempo para manter o bebê vivo. “A primeira atitude foi a do meu marido se colocar como doador do próprio fígado para salvar a vida da filha”. Bianca relembra que sua gestação foi complicada desde o início. “Tenho um problema no útero em que não consigo ‘segurar’ um bebê. Quando engravidei da Clara foi preciso costurar o órgão para levar a gestação até o fim”, contou.

A família buscou ajuda do Hospital Meridional que, através do Instituto Meridional pode realizar o procedimento em parceria com Sistema Único de Saúde (SUS). O instituto subsidiou a manutenção do paciente em termos de equipamentos, medicações e custos com equipes médicas e interdisciplinares realizadoras da cirurgia para, dessa forma, garantir uma chance de vida à criança.

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