sexta-feira, 4 de outubro de 2013

O empurrão para o sucesso


Empresas incubadas têm até 70% de chances de obterem êxito e lucrarem mais

            Sair do papel foi o primeiro desafio da Interama Tecnologia Interativa, que atua no desenvolvimento de jogos eletrônicos. A empresa está incubada na TecVitória, uma das quatro incubadoras de empresas do Espírito Santo, e que abriu as portas para que a Interama tivesse oportunidades e se tornasse realidade. Hoje ela está em contato com as principais tendências, investidores e demandas de diversas áreas de mercado. Recebemos apoio e consultoria de profissionais experientes, capazes de direcionar e prevenir os apuros que uma empresa iniciante normalmente passaria, disse Guilherme Schmittel, responsável pelo marketing da Interama.
            Além de apoio e contatos, a empresa também adquiriu maturidade. E por meio disso, prestígio e reconhecimento em todo o Brasil. A Interama conquistou os principais prêmios nacionais dentro do segmento de games, um diferencial para um Estado que ainda tem sua economia focada na produção de commodities, de matéria-prima e de logística.
Os produtos e serviços de elevado cunho tecnológico e alto valor agregado normalmente são trazidos de fora do Estado. Por isso, as Incubadoras, principalmente as de base tecnológica, tendem a criar indústrias locais com produtos de alto teor tecnológico e valor agregado, o que gera empregos qualificados, maior renda, além de viabilizar a exportação de capixabas produtos acabados, mesmo para outros Estados do Brasil, explicou o superintendente da TecVitória, Vinicus Chagas Barbosa.
O universo das incubadoras e incubas não é apenas uma tendência, mas sim realidade. Atualmente, duas em cada três empresas fecham as portas antes mesmo dos primeiros três anos de vida. Já dentro de uma incubadora, o índice de sucesso é de 70%.  Colocamos oxigênio nas incubadas e as ensinamos a superar os desafios dos primeiros anos de vida. Além de facilitar a vida dos empreendedores e ajudarem a economizar dinheiro, ressalta Vinicius.
Segundo a Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec), o Brasil conta com mais de 2.640 empresas incubadas em 384 incubadoras. O faturamento anual dessas empresas incubadas soma R$ 4 bilhões e os postos de trabalho gerados pelas incubadas totalizam 30 mil empregos.
No Espírito Santo, as empresas incubadas faturam mais de 20 milhões de reais por ano. Para o diretor de extensão tecnológica do Instituto Federal do Espirito (IFES), Francisco José Casarim Rapchan, a situação poderia ser bem melhor. O estado tem capacidade para ir além. Temos mão de obra inovadora, mas precisamos de, pelo menos, mais cinco incubadoras. Uma em cada microrregião. Devemos também entender mais o funcionamento desta ferramenta, disse.
Ainda de acordo com a Anprotec 98% das empresas incubadas no Brasil inovam; 15% delas para o mercado mundial. É significativamente alto o total de empresas incubadas que inovam, em produtos ou serviços, em comparação com as demais empresas do país. Entender uma incubadora que apoia a inovação não é difícil: quem quer montar um açougue, por exemplo, não irá encontrar lugar numa incubadora. Mas se um empreendedor criar um software que irá ajudar a gerir a logística da entrega da carne, talvez ele consiga.

A fase de incubada é apenas uma passagem na vida coorporativa. A empresa que deixa à incubadora está preparada para caminhar com as próprias pernas. Acredito que saindo da incubadora a Interama terá um futuro muito mais sólido, do que seria a perspectiva sem ter passado por aqui, concluiu. 

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