Empresas
incubadas têm até 70% de chances de obterem êxito e lucrarem mais
Sair do papel foi o primeiro desafio da Interama Tecnologia Interativa, que
atua no desenvolvimento de jogos eletrônicos. A empresa está incubada na
TecVitória, uma das quatro incubadoras de empresas do Espírito Santo, e que
abriu as portas para que a Interama tivesse oportunidades e se tornasse
realidade. Hoje ela está em contato com as principais tendências, investidores
e demandas de diversas áreas de mercado. “Recebemos
apoio e consultoria de profissionais experientes, capazes de direcionar e
prevenir os apuros que uma empresa iniciante normalmente passaria”,
disse Guilherme Schmittel, responsável pelo marketing da Interama.
Além de apoio e contatos, a empresa também adquiriu maturidade. E por meio
disso, prestígio e reconhecimento em todo o Brasil. A Interama conquistou os
principais prêmios nacionais dentro do segmento de games, um diferencial para
um Estado que ainda tem sua economia focada na produção de commodities, de
matéria-prima e de logística.
Os
produtos e serviços de elevado cunho tecnológico e alto valor agregado
normalmente são trazidos de fora do Estado. “Por isso,
as Incubadoras, principalmente as de base tecnológica, tendem a criar
indústrias locais com produtos de alto teor tecnológico e valor agregado, o que
gera empregos qualificados, maior renda, além de viabilizar a exportação de
capixabas produtos acabados, mesmo para outros Estados do Brasil”,
explicou o superintendente da TecVitória, Vinicus Chagas Barbosa.
O universo
das incubadoras e incubas não é apenas uma tendência, mas sim realidade.
Atualmente, duas em cada três empresas fecham as portas antes mesmo dos
primeiros três anos de vida. Já dentro de uma incubadora, o índice de sucesso é
de 70%. “Colocamos oxigênio nas incubadas e as
ensinamos a superar os desafios dos primeiros anos de vida. Além de facilitar a
vida dos empreendedores e ajudarem a economizar dinheiro”,
ressalta Vinicius.
Segundo
a Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores
(Anprotec), o Brasil conta com mais de 2.640 empresas incubadas em 384
incubadoras. O faturamento anual dessas empresas incubadas soma R$ 4 bilhões e
os postos de trabalho gerados pelas incubadas totalizam 30 mil empregos.
No
Espírito Santo, as empresas incubadas faturam mais de 20 milhões de reais por ano.
Para o diretor de extensão tecnológica do Instituto Federal do Espirito (IFES),
Francisco José Casarim Rapchan, a situação poderia ser bem melhor. “O
estado tem capacidade para ir além. Temos mão de obra inovadora, mas precisamos
de, pelo menos, mais cinco incubadoras. Uma em cada microrregião. Devemos
também entender mais o funcionamento desta ferramenta”,
disse.
Ainda
de acordo com a Anprotec 98% das empresas incubadas no Brasil inovam; 15% delas
para o mercado mundial. É significativamente alto o total de empresas incubadas
que inovam, em produtos ou serviços, em comparação com as demais empresas do
país. Entender uma incubadora que apoia a inovação não é difícil: quem quer
montar um açougue, por exemplo, não irá encontrar lugar numa incubadora. Mas se
um empreendedor criar um software que irá ajudar a gerir a logística da entrega
da carne, talvez ele consiga.
A
fase de incubada é apenas uma passagem na vida coorporativa. A empresa que
deixa à incubadora está preparada para caminhar com as próprias pernas. “Acredito
que saindo da incubadora a Interama terá um futuro muito mais sólido, do que
seria a perspectiva sem ter passado por aqui”,
concluiu.
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