A
profissão de corretor de imóveis semana passada completou 48 anos de
regulamentação, dia 27 de agosto e aponta mudanças significativas ao longo
destas quase cinco décadas. Uma pesquisa aprofundada feita pelo Conselho
Federal de Corretores de Imóveis (COFECI) durante dez meses apontou que hoje o
nível de escolaridade dos corretores está cada vez mais alto, há mais
profissionais autônomos e na última década, cerca de 60 mil profissionais
ingressaram no mercado de trabalho. A estabilidade também ficou marcada na pesquisa,
uma vez que 72,86% dos entrevistados residem em casa própria e 78,73% possuem
automóvel.
Trabalhar
com vendas nunca foi problema para Emerson Rosa Lima (40). Há cinco anos,
ele trocou o trabalho de uma grande empresa de alimentos, para se tornar gerente
da Fé Negócios Imobiliários, em Vila Velha. Na imobiliária, além da gerência,
ele acumula a função de corretor.
Assim como Emerson, muitos profissionais estão abandonando as profissões e
migrando para a corretagem de imóveis. Na opinião dele, não basta
apenas o desejo da mudança. Para se dar bem no novo ofício, o corretor deve
manter alguns pré-requisitos indispensáveis. “Todo corretor tem de ser
dedicado, antenado ao mercado, ter contatos, bons relacionamentos e
pontualidade. Além disso, cumprir rigorosamente o que foi acordado”, pontuou.
A
estabilidade pode ser atribuída ao controle financeiro. Lima,
lembra que o mercado imobiliário é cheio de altos e baixos. Vai ter mês que o
corretor vai vibrar com os valores das comissões. No entanto, também terá que
conviver com a seca de vendas. “O corretor às vezes dorme rico e acorda pobre.
Por isso, uma boa administração financeira faz parte da realidade do
profissional”.
Francisco Rocha - Diretor da FRI |
De
acordo com o diretor da imobiliária Francisco Rocha Imóveis (FRI), Francisco
Rocha, que acompanhou desde o início a evolução da profissão, pois atua há
quase 40 anos na área, essas mudanças também estão presentes em sua empresa,
principalmente no que diz respeito a faixa etária e nível de escolaridade.
Antigamente
a profissão era composta por aposentados e pessoas mais velhas, entre 45 e 57
anos, e muitos a praticavam como segunda profissão por oferecer horário
flexível. Hoje essa realidade não faz parte de muitas imobiliárias, a FRI, por
exemplo, conta com um novo perfil de profissional, com idade entre 20 e 40
anos. “São jovens universitários e pessoas com formação acadêmica em diversas
áreas, que descobriram na profissão uma segurança, pois oferece significativo
ganho mensal”, diz Rocha.
Superintendente Comercial da FRI, Alex Ferrei |
A
profissão de corretor de imóveis abriu várias portas para Alex Ferreira, que
hoje atua como superintendente comercial na Imobiliária Francisco Rocha Imóveis
(FRI), e tem formação internacional em coaching. A dica do profissional para
quem quer ingressar na carreira é dedicação e conhecimento. “Um bom corretor
com conhecimento pode se tornar um consultor imobiliário, coordenador,
superintendente, entre outras áreas que a carreira oferece, basta ter ambição,
determinação e estudar que tem futuro”, indica a Alex.
Com duas graduações em administração e publicidade, Ferreira viu na profissão de corretor uma promissora carreira. Ele trabalhava no Jornal Estadão, em São Paulo, quando recebeu a proposta. Ainda em SP, no primeiro ano na nova carreira, conseguiu fechar negócios milionários para a empresa que trabalhava. “Foram 32 vendas no ano, com faturamento de 14 milhões para empresa e salário que chegava a até 25 mil”, conta.
Com duas graduações em administração e publicidade, Ferreira viu na profissão de corretor uma promissora carreira. Ele trabalhava no Jornal Estadão, em São Paulo, quando recebeu a proposta. Ainda em SP, no primeiro ano na nova carreira, conseguiu fechar negócios milionários para a empresa que trabalhava. “Foram 32 vendas no ano, com faturamento de 14 milhões para empresa e salário que chegava a até 25 mil”, conta.
Consultor Imobiliário José Luiz Kfuri |
Para
o consultor imobiliário José Luiz Kfuri as maiores conquistas do corretor de
imóveis foram à qualificação profissional e a evolução no segmento. Hoje, eles
recebem treinamento e capacitação periódica. “A exigência parte das próprias
empresas. Elas praticamente obrigam os profissionais a se capacitarem. O
corretor passou a ser uma espécie de consultor, preocupado com as necessidades
de cada cliente”, explicou. Ainda segundo Kfuri hoje o corretor participa de
todo planejamento do empreendimento. Ele ouve e orienta tanto a construtora
quanto os clientes. “O corretor é igual a aquele médico de família. Sempre tem
alguém querendo uma opinião”, comparou.
Segundo
dados do Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Espírito Santo (CRECI –
ES) o número de corretores no Estado é de pouco mais de quatro mil.
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