A
empresa capixaba Columbia Tecnologia, incubada da TecVitória, está
desenvolvendo um projeto inovador para o setor petroleiro e nacional e
internacional. Em parceria com o Instituto Federal do Espírito Santo – Ifes, o
objetivo do trabalho é obter uma superbactéria que será capaz de transformar o
óleo pesado, encontrado na camada pré-sal e onshore, em óleo leve.
O
projeto, pioneiro no Brasil, possibilitará a retirada do petróleo viscoso com
grande diminuição de custos, podendo ser fornecido também para grandes
mercados, como o do Oriente Médio. Além disso, o processo com a superbactéria é
de forma natural e sem perda da qualidade do produto extraído, ao contrário de
outros métodos de recuperação terciária, como o método químico. O estudo chamou
a atenção do Governo Federal, que disponibilizou a verba necessária para o
desenvolvimento do trabalho, orçado em R$ 500 mil.
O
primeiro passo para obtenção da superbactéria é feito através de amostragem em
poços de petróleo do Estado e os trabalhos foram iniciados em fevereiro. Desde
seu pontapé inicial estão sendo realizados testes de isolamento e manipulação
genética com a finalidade de se obter uma superbactéria com as características
desejadas. Para o engenheiro responsável pelo projeto, Tiago Coutinho
Vasconcelos, da Columbia Tecnologia, este produto terá impacto em todo o
mercado petroleiro nacional.
“Hoje,
uma das maiores dificuldades do mercado é de extrair o óleo pesado de forma
eficiente e com baixo impacto ao meio ambiente. O nosso desafio é tornar os
microorganismos a solução ótima para óleo pesado. No mundo, há cerca de 5
trilhões de barris que podem ser recuperados por este método. A superbactéria
irá agir de diversas formas, dentre elas alterando a permeabilidade da formação
através da produção de ácidos, pela produção de biossurfactantes que reduzem a
tensão superficial, ao produzir moléculas menores de hidrocarboneto e através da
produção de gases, que aumentam a pressão da formação. Todos estes mecanismos
facilitam a obtenção do óleo, e, consequentemente, tendem a reduzir os custos
de produção”, disse.
O
petróleo é hoje um dos setores mais promissores no Espírito Santo. As previsões
para investimento e manutenção desse setor no Brasil no período de 2014-2018
atingem R$ 488 bilhões, segundo o BNDES. Se somarmos o que serão gerados de
investimentos no Brasil nos setores automotivo, siderúrgico, aeronáutico, papel
e celulose, extrativo-mineral, químico e eletroeletrônico, no mesmo período,
chegamos praticamente à metade disso ou R$ 247 bilhões.
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