Não faltam cases
de grandes invenções criadas por jovens universitários em startups. E,
já que precisamos ser um país mais inovador, fica a questão: como a sociedade
pode ajudar a criar mais dessas histórias? A resposta é complexa, mas um
caminho que se mostrou viável passa pelas incubadoras de empresas. Normalmente
associadas a universidades e institutos de pesquisa, com espaço físico,
infraestrutura, apoio à gestão, e às vezes acompanhamento jurídico e suporte à
captação de recursos financeiros, as incubadoras criam um ambiente melhor para
que novas ideias cheguem ao mercado com mais possibilidade de sucesso.
Essas empresas
incubadas muitas vezes se portam como um grande braço para o avanço da economia
naquela região, já que os produtos ali desenvolvidos se mostram diferenciados
dentro de seus setores. No Espírito Santo, desde que foi descoberta a camada
pré-sal, que toma grande parte de nosso território marítimo, muito se tem
falado como isso pode contribuir para o maior desenvolvimento do nosso Estado.
Para o
Superintendente da TecVitória, Vinícius Chagas Barbosa, hoje, mais do que
nunca, se faz necessário no Estado o surgimento de novas empresas para trazer
inovações, tanto no atendimento às cadeias produtivas do setor petroleiro
quanto de outros setores essenciais da economia capixaba, como o de mineração. “As
empresas de base tecnológica se caracterizam pela constante busca do novo,
gerando postos de trabalho qualificado e oportunidades renda diferenciada por
conta da mescla entre o conhecimento técnico ou científico, e as demandas
emanadas pelo mercado”, afirma.
Esse resultado sistematizado pelas
incubadoras gera exemplos que tendem a estimular o surgimento de novos
empreendimentos, criando um ciclo virtuoso que injeta dinheiro novo na economia
local, seja por vendas externas, seja pela geração de impostos, beneficiando a região
e, consequentemente, a sociedade.
É o caso da RGI Engenharia, que
tornou-se empresa incubada da TecVitória há um ano e desenvolve projetos para a
ampliação e otimização da exploração de petróleo, com foco na camada pré-sal. O
engenheiro mecânico Rodrigo Marchesi conta que a ideia de desenvolver a empresa
surgiu em sintonia com a descoberta da camada, pois “sabia que era o momento
certo para apostar nas ideias que tinha”.
Ele acredita que há um incentivo
muito grande no Estado e no Brasil para o desenvolvimento de ideias inovadoras,
mas, ao mesmo tempo, tem sido cada vez mais difícil se destacar. “Hoje
possuímos dois projetos voltados apenas para a área de petróleo, além de outros
focados em outras áreas, que estão em fase de desenvolvimento e que, se forem
implantados com sucesso, ajudarão a incentivar a abertura de um cenário ainda
maior para as empresas que estão surgindo no território capixaba”, comenta.
Para Rodrigo, o que falta para o
mercado de ideias inovadoras ganhar uma ascensão maior é um diálogo mais
aproximado com as Universidades Federais. “As pesquisas desenvolvidas pelas
Universidades muitas vezes vêm de encontro com o que estamos desenvolvendo
aqui, logo, o estreitamento relacional impulsionaria os projetos”, diz.
No caso do Espírito Santo o novo
ciclo gerado pelo Petróleo e Gás trouxe a reboque a percepção de um sem número
de oportunidades, tanto em nível de nacionalização de equipamentos, quanto no
que tange à agregação de novas características nos já existentes e, ainda, a
criação de soluções para problemas ainda despercebidos.
Em
1993, o Brasil tinha apenas 13 incubadoras e, hoje, já possui aproximadamente
400 – cada vez mais focadas em tecnologia. Uma pesquisa da Associação Nacional
de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec), mostra que a
busca pela inovação é o que define a maior parte das empresas incubadas: 58%
desses empreendimentos têm como foco o desenvolvimento de novo produto ou
processo a partir de pesquisas científicas.
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