terça-feira, 26 de novembro de 2013

O vice-campeão


Especialista explica porque nos próximos cinco anos o ES vai se consolidar na vice-liderança em produção de petróleo no país

O Estado capixaba é atualmente o segundo em produção de petróleo e gás no Brasil, com uma produção média diária de 350 mil barris com perspectivas de alcançar a marca de 500mil num período de cinco anos. Hoje, cerca de 15% de todo o petróleo e gás nacional são produzidos no Espírito Santo. O segmento está entre as principais potencialidades econômicas.    
Os números expressivos dessa produção alavancam outras indústrias, como por exemplo, o fornecimento de derivados como o gás natural, importante insumo energético para as indústrias de celulose, mineração e siderurgia.
Investimentos no interior
Além disso, essa produção abre novas perspectivas, tal como a de implantação de um pólo gás-químico além de uma refinaria no Norte do Estado. No pólo gás-químico teremos a transformação do gás que é uma commodity em produtos petroquímicos de alto valor agregado. Outra vertente é o desenvolvimento regional que ocorre devido à necessidade de fornecimento de bens e serviços essenciais para sustentar a cadeia produtiva e isso vem fomentar fortemente o desenvolvimento regional, explica o especialista em petróleo e gás André Machado.
 Um exemplo claro dessa realidade são as iniciativas de implantação de portos visando suprir o apoio logístico necessário para escoamento da produção de petróleo e seus derivados. Além de estaleiros para a construção e reparos de unidades marítimas envolvidas na produção e transporte de petróleo, gás e seus derivados.
            A produção de petróleo e gás no Espírito Santo guarda características particulares, sobretudo no que envolve a diversidade de cenários de produção. Aqui nós temos óleo leve, óleo pesado, pós-sal,pré-sal, reservatórios de gás não associado, produção no mar raso e profundo,produção terrestre. Com certeza, não há outra região no Brasil com tamanha riqueza de cenários de produção, destacou André.
Tecnologia
Esse cenário tem colocado o Espírito Santo numa posição de destaque tecnológico. O Estado tem sido porta de entrada de várias tecnologias inovadoras no país.
Dentre alguns exemplos, se destaca a tecnologia de pipe-in-pipe que consiste em utilizar um duto com isolamento térmico especial para escoamento de petróleo e gás em situações de baixa temperatura para prevenir o bloqueio das linhas de escoamento por hidrato e parafina. A primeira aplicação dessa tecnologia na produção offshore no Brasil foi no campo de Canapú que produz gás não associado em águas profundas e que está interligado ao FPSO Cidade de Vitória, em águas profundas do Espírito Santo. Graças à consolidação dessa tecnologia, o Espírito Santo firma-se como pólo desenvolvedor de tecnologias para os projetos do pré-sal e pós-sal que estão sendo desenvolvidos nas águas profundas das bacias de Santos (SP) e Campos (RJ).
 Empregos
A demanda de bens e serviços para dar suporte à cadeia produtiva do petróleo e gás natural vai gerar milhares de empregos diretos e indiretos. Estima-se que nos próximos anos cerca de cinco mil novos postos de trabalho diretos e indiretos devem ser gerados,

Mas só poderá competir por uma vaga quem se capacitar. Os cursos de qualificação são importantes diferenciais em um mercado tão competitivo. Em função da complexidade dos processos, do grau de sofisticação tecnológica dos equipamentos e da escassez de mão de obra especializada temos que prover um choque de capacitação para que o fator recursos humanos não seja um entrave ao desenvolvimento do setor, concluiu André.

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