Especialista explica porque
nos próximos cinco anos o ES vai se consolidar na vice-liderança em produção de
petróleo no país
O Estado capixaba é atualmente o segundo em produção
de petróleo e gás no Brasil, com uma produção média diária de 350 mil barris
com perspectivas de alcançar a marca de 500mil num período de cinco anos. Hoje,
cerca de 15% de todo o petróleo e gás nacional são produzidos no Espírito
Santo. O segmento está entre as principais potencialidades
econômicas.
Os números expressivos dessa produção
alavancam outras indústrias, como por exemplo, o fornecimento de derivados como
o gás natural, importante insumo energético para as indústrias de celulose, mineração
e siderurgia.
Investimentos
no interior
Além disso, essa produção abre novas
perspectivas, tal como a de implantação de um pólo gás-químico além de uma
refinaria no Norte do Estado. “No pólo gás-químico teremos a transformação do
gás que é uma commodity em produtos petroquímicos de alto valor agregado.
Outra vertente é o desenvolvimento regional que ocorre devido à necessidade de
fornecimento de bens e serviços essenciais para sustentar a cadeia
produtiva e isso vem fomentar fortemente o desenvolvimento regional”, explica o especialista em
petróleo e gás André Machado.
Um exemplo claro dessa realidade são as
iniciativas de implantação de portos visando suprir o apoio logístico
necessário para escoamento da produção de petróleo e seus derivados. Além de
estaleiros para a construção e reparos de unidades marítimas envolvidas na
produção e transporte de petróleo, gás e seus derivados.
A produção de petróleo e gás no Espírito Santo guarda características
particulares, sobretudo no que envolve a diversidade de cenários de
produção. “Aqui
nós temos óleo leve, óleo pesado, pós-sal,pré-sal, reservatórios de gás não
associado, produção no mar raso e profundo,produção terrestre. Com certeza, não
há outra região no Brasil com tamanha riqueza de cenários de produção”, destacou André.
Tecnologia
Esse cenário tem colocado o Espírito Santo
numa posição de destaque tecnológico. O Estado tem sido porta de entrada de
várias tecnologias inovadoras no país.
Dentre alguns exemplos, se destaca a
tecnologia de pipe-in-pipe que consiste em utilizar um duto com isolamento térmico especial para
escoamento de petróleo e gás em situações de baixa temperatura para prevenir o
bloqueio das linhas de escoamento por hidrato e parafina. A primeira aplicação
dessa tecnologia na produção offshore no Brasil foi no campo de Canapú que
produz gás não associado em águas profundas e que está interligado ao FPSO
Cidade de Vitória, em águas profundas do Espírito Santo. Graças à consolidação
dessa tecnologia, o Espírito Santo firma-se como pólo desenvolvedor de
tecnologias para os projetos do pré-sal e pós-sal que estão sendo desenvolvidos
nas águas profundas das bacias de Santos (SP) e Campos (RJ).
Empregos
A
demanda de bens e serviços para dar suporte à cadeia produtiva do petróleo e gás
natural vai gerar milhares de empregos diretos e indiretos. Estima-se que nos
próximos anos cerca de cinco mil novos postos de trabalho diretos e indiretos
devem ser gerados,
Mas
só poderá competir por uma vaga quem se capacitar. Os cursos de qualificação
são importantes diferenciais em um mercado tão competitivo. “Em função da complexidade
dos processos, do grau de sofisticação tecnológica dos equipamentos e da
escassez de mão de obra especializada temos que prover um choque de capacitação
para que o fator recursos humanos não seja um entrave ao desenvolvimento do
setor”,
concluiu André.
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