O
transplante, na maioria das vezes, se dá por conta da Hepatite C, e não por
causa da cirrose hepática alcoólica, doença
comumente associada ao consumo desmedido de álcool
O Hospital
Meridional, em Cariacica, chega à marca de 10 anos de transplantes hepáticos.
Como um dos poucos centros de saúde no Brasil a realizar o procedimento, por
conta da alta complexidade, o hospital comemora, também, o recorde desse tipo
de especialidade anual. Foram 40 transplantes de fígado no ano de 2014, 16 a
mais que em 2013.
O primeiro
transplantado do Hospital Meridional, atualmente com 64 anos, chama-se Rubens
de Paula Gavi, operado em 2005. Com quadro de cirrose hepática, Rubens conta
que o procedimento foi um sucesso e que hoje, passados 10 anos, leva uma vida
normal e saudável. “Não tive qualquer rejeição após o
procedimento. Seguindo todas as recomendações pós-operatórias e com o apoio da
equipe e da família tudo correu muito bem”,
ressalta.
Ao
contrário do que muitos acreditam, de acordo com o médico Coordenador do Centro
de Sobrevida Pós-transplantes do Meridional, Gustavo Peixoto Soares Miguel, o
transplante na maioria das vezes se dá por conta da hepatite B ou C, e não por
causa da cirrose hepática alcoólica, doença
comumente associada ao consumo desmedido de álcool. “Mesmo com uma capacidade extraordinária de recuperação,
algumas doenças provocam insuficiência hepática aguda ou crônica grave e,
nesses casos, a única solução é a substituição do órgão”, afirma o cirurgião.
O Hospital
Meridional conta com a Comissão Intra Hospitalar de Doação de Órgãos, Tecidos
para Transplantes (Cihdott), com uma equipe formada por enfermeiros,
fisioterapeutas, psicólogos e médicos, que estão prontos para dar todo o
suporte para os doadores e para quem precisa de um transplante. O Meridional
oferece a única UTI Hepática do Espírito Santo, contribuindo para excelentes
resultados de sobrevida de pacientes transplantados de fígado.
Como ser doador?
Basta
manifestar o desejo de ser um doador de órgãos e tecidos aos seus familiares. É
possível ser um doador vivo e um doador falecido. O doador vivo é qualquer
pessoa saudável que concorde com a doação de um dos rins, parte do fígado,
parte do pulmão e medula óssea para familiares até 4º
grau. Para não parentes há necessidade de autorização judicial, exceto a
doação de medula óssea.
Já o
doador falecido é o indivíduo que foi diagnosticado com morte
encefálica e, em geral, encontra-se em uma unidade de terapia intensiva (UTI)
depois de um traumatismo craniano (acidente de carro, moto, queda etc.) ou
acidente vascular cerebral (derrame). Neste caso, podem ser doados órgãos como
rim, coração, pulmão, fígado, pâncreas e tecidos como córnea, pele e ossos. Os tecidos
também podem ser doados após a morte por parada cardíaca.
A retirada
de órgãos segue todas as normas da cirurgia moderna e, após a doação de órgãos
e tecidos, o doador pode ser velado normalmente sem apresentar
deformidades. Estes órgãos são transplantados nos primeiros pacientes que
estão aguardando na lista única da central de transplantes da Secretaria de
Saúde de cada Estado, num processo controlado pelo Sistema Nacional de
Transplantes.
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