Vitória acaba de ganhar sua primeira vaga de estacionamento para
recarga de veículo elétrico. O equipamento é de uso irrestrito pela
população e fica localizado no estacionamento coberto do Shopping Vitória. De
acordo com a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), o Espírito Santo
já conta com cerca de 20 veículos movidos à energia elétrica em circulação e
tem se mostrado como um mercado promissor, com novos adeptos.
A instalação da vaga
coincide com o atual momento da capital que discute e testa novas alternativas
que possam não só reduzir o congestionamento ocasionado pelo volume de carros
circulando nos seus principais corredores urbanos, como também reduzir a emissão
de poluentes no ar.
Segundo balanço
divulgado pelo Observatório do Clima em 2016, os meios de transportes
convencionais não atrapalham apenas a fluidez do trânsito nos grandes centros
urbanos. Eles também contribuem para a queda na qualidade do ar que respiramos
todos os dias, que em 2012, foi responsável pela morte de sete milhões de
pessoas, de acordo com a
Organização Mundial de Saúde. Em se tratando do
Brasil, o setor de transporte é o 2º maior emissor de gases de efeito estufa em
todo país, ou seja, representa 11% do total dos agentes encontrados no ar.
Veículos
elétricos em pleno uso pelo mundo
A estimativa do portal
Ev-Volumes é de que até o final de 2018 haja uma frota mundial superior a 5
milhões de veículos híbridos e caminhões leves. Acredita-se, ainda, que neste
ano será comercializado um total 1,9 milhões de unidades - devido à influência do mercado chinês em incentivar
veículos elétricos pessoais.
Alguns países já
entenderam a eficiência dos carros elétricos e seus ganhos em termos de sustentabilidade.
Até 2025, 15% dos carros terão que ser elétricos em Quebec, no Canadá. Já nos
Estados Unidos, cerca 10 estados instituíram lei para a substituição de carros
convencionais pelos veículos movidos à energia elétrica. Na Califórnia, 15% da
frota deverá ser de carros elétricos até 2025.
O mesmo ocorre em países
da Europa, como na Inglaterra que tem prazo até 2040 para contar com 100% de
sua frota composta por veículos elétricos. Neste e em tantos outros países não
será permitida a fabricação de carros a combustão a partir de 2040.
Por aqui, no Brasil, o
governo federal vem desenvolvendo programas para estimular o interesse dos
brasileiros por veículos elétricos. Alguns estados iniciaram, inclusive, um
processo de redução de impostos, por meio da isenção ou alíquotas diferenciadas
do IPVA para os proprietários de veículos elétricos. Na cidade de São Paulo,
veículos híbridos e elétricos são liberados do rodízio municipal. Medida deve
incentivar a demanda pela tecnologia mais limpa.
Sem impacto na
Rede Elétrica Brasileira
Um dos principais mitos
relacionados aos veículos elétricos é sobre o impacto que eles trariam à rede
elétrica, caso fosse utilizado em larga escala no Brasil. No Seminário
Internacional sobre Recarga de Veículos Elétricos foi divulgado um estudo da
UFRJ comprovando que se 5% da frota de Veículos Rodoviários, que representam 4
milhões de veículos, fossem veículos elétricos, eles consumiriam apenas 1.62%
da energia elétrica produzida no país. A pesquisa concluiu que a integração de
veículos elétricos não “estressa” o sistema de geração elétrica.
Já a Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL Energia) realizou, em 2015, um estudo para verificar os reflexos dos veículos elétricos no consumo de energia no país e estima que a expansão dos modelos elétricos teria impacto limitado na demanda de energia. Segundo Danilo Lima, as projeções iniciais apontam que o uso de veículos elétricos ampliaria o consumo de energia entre 0,6% e 1,7% no Sistema Interligado Nacional em 2030. Já os estudos da Itaipu Binacional, que afirmam que se o país usasse toda sua capacidade de produção para produzir veículos elétricos o impacto no consumo energético seria de apenas de 3,3% ao ano. Celso Novais, engenheiro eletricista da FGV Energia e Coordenador Brasileiro do Programa Veículo Elétrico de Itaipu Binacional, afirma que se o Brasil mudasse toda sua frota de veículos a combustão para elétricos, as vantagens energéticas seriam em torno de 80%, o que representaria uma economia anual na ordem de aproximadamente R$ 100 bilhões.
Custo do Combustível Elétrico
Segundo a CPFL Energia, o valor do
quilometro rodado de um carro a combustão, considerando o uso de etanol, é de
R$ 0,19 (dezenove centavos), enquanto o valor do veículo elétrico é de R$ 0,05
(cinco centavos), o que garante ao seu proprietário uma economia de cerca de
74%.
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