Novos projetos desenvolvidos por capixabas podem ganhar destaque nacional

O edital do programa TecNova-ES, uma iniciativa da Fundação de Amparo à Pesquisa do Espírito Santo (FAPES) e Agência Brasileira de Inovação (FINEP), que dará apoio financeiro para projetos de inovação tecnológica no Estado, divulgou lista com 39 aprovados, somando um montante de R$ 13,5 milhões. Destes, 17 tiveram o apoio da TecVitória, o que representa 44% do total de empresas beneficiadas.

Os projetos se dividem nos setores de tecnologia da informação e comunicação, energias alternativas, petróleo e gás, agroindústria, metal-mecânico, logística, biotecnologia e meio ambiente. A expectativa é que as ideias desenvolvidas por capixabas ganhem destaque nacional e, até mesmo, internacional.

Entre os projetos apoiados está o AutoCamp, proposta da empresa Etaure, incubada da TecVitória, para automação do processo de mistura de fertilizantes na fertirrigação. A ideia foi desenvolvida em parceria com produtores rurais do Espírito Santo e tem como objetivo promover a automatização de algo já existente no agronegócio, mas que é feito de forma manual, envolvendo risco à saúde e contaminação do solo.

A gestão das atividades será feita por Saulo Bittencourt, sócio da Etaure, que destaca a importância do projeto pro setor. “Teremos um produto pioneiro no mundo, que aumentará a produtividade e poderá ser usado em qualquer tipo de lavoura irrigável. Promoveremos uma menor contaminação do solo e a não-necessidade do contato com produto que são danosos à saúde, além da redução no consumo de fertilizante e água nas plantações”, comenta.

Ainda na área do agronegócio, porém voltado para a ciência da computação, está o “SCOA”, desenvolvido pela Qualidata, empresa associada da TecVitória. O objetivo é promover uma integração dos produtores de café do Estado com os principais empresários da indústria no Brasil. A ideia é fornecer um sistema online que facilite o rastreamento e compliance dos produtos, facilitando a comunicação entre grandes empresas e pequenos produtores.

Já voltado para a área de logística está o “OutParking”, um sistema de sensoreamento para estacionamentos abertos. Desenvolvido pela Bitcast, empresa incubada da TecVitória, o sistema vem para completar a tecnologia já existente hoje em locais como o Shopping Vitória, que gerencia a disponibilidade e ocupação das vagas, mas que é disponível apenas em estacionamentos cobertos. “A nossa ideia é extinguir o uso de cabos na hora de oferecer o sistema, se valendo da tecnologia wireless”, destaca Caio Marcos Alves, sócio da Bitcast.

Focados na sustentabilidade e no uso de energias limpas, o Outparking contará com o uso de energia solar para alimentação de seus sensores. “Os projetos da Bitcast estão sempre focados no uso da tecnologia sem fio e da energia solar, pois acreditamos em inovação feita de forma sustentável”, completou Caio.

Para os projetos apoiados pelo TecNova-ES a exigência é que todos eles estejam prontos para o mercado em um período de dois anos, mas que em um ano comecem a testar seus protótipos entre os parceiros.

Importância do projeto para o Espírito Santo

Com o interesse do Estado em ampliar constantemente o desenvolvimento tecnológico com foco na inovação, programas como o Tecnova-ES contribuem estruturalmente no fomento a essas ações. Quem destaca a importância dele para o Estado é o superintendente da TecVitória, Vinícius Chagas Barbosa.

“O Tecnova-ES foi uma oportunidade inédita para as empresas capixabas inovadoras, não só pelo montante de recursos disponibilizados exclusivamente para MPEs (Prêmio à Micro e Pequena Empresa) do Estado, como pela abrangência de setores eleitos como foco para o investimento. A TecVitória vem há alguns anos, com apoio da Prefeitura de Vitória, através de seu Fundo de Apoio à Ciência & Tecnologia, o Facitec, trabalhando na introdução da cultura da captação de recursos para a inovação em nossa região, e nessa oportunidade pudemos apoiar o desenvolvimento de propostas de 24 empresas, das quais tivemos 17 aprovadas.

O estímulo apresentado pela existência de recursos não reembolsáveis que só podem ser usados para inovações, viabilizando ainda o pagamento de pessoal especializado exclusivo para tocar o projeto, é muito relevante, o que ficou provado pelo número de empresas que se inscreveram e tiveram suas propostas aprovadas. Ouso arriscar que em uma próxima edição desta oportunidade contaremos com minimamente o dobro de propostas concorrendo por conta do exemplo criado pelas 39 empresas contempladas nessa edição.

Os efeitos para a sociedade do previsto salto no faturamento das empresas contempladas vêm na forma de novos empregos qualificados para a região e ampliação da massa de impostos recolhidos, trazendo mais investimentos governamentais em saúde, segurança e educação, além do estímulo para que mais empreendedores tirem suas ideias do papel, gerando um ciclo virtuoso capaz de ampliar a prosperidade de nosso Estado”.