Financiamento barato
ou até não-reembolsável estão à disposição de empresas inovadoras, mas poucas
aproveitam a oportunidade
Linhas de crédito com juros de
12% ao ano ou até com recursos não reembolsáveis estão à disposição de empresas
que buscam implantar novos projetos ou produtos inovadores. O problema é que
poucas sabem disto e deixam engavetados planos que poderiam já estar em
andamento. Somente aqui no Espírito Santo, estão disponíveis atualmente, R$
13,5 milhões para empresas, em valores não-reembolsáveis, via Fundação de
Amparo à Pesquisa do Espírito Santo (FAPES) e Agência Brasileira de Inovação
(FINEP), através do programa TECNOVA-ES.
E esta é apenas uma das linhas disponíveis, diz Vinicius Chagas Barbosa, superintendente da TecVitória, incubadora parceira da ação e que está auxiliando as empresas que querem participar da seleção dos projetos. “Se o empreendedor tem o projeto de um novo produto, de um novo processo ou se deseja, inclusive, captar dinheiro de fundos de investimentos, nós ajudamos no mapeamento das linhas e dos fundos disponíveis para aproximá-los”, explica.
As verbas podem
ser tanto públicas como privadas, nacionais ou estrangeiras. Hoje, segundo ele,
não há um limite para as linhas de financiamentos reembolsáveis, com juros que
não passam de 12% ao ano. “O limite vai, basicamente, depender do faturamento e
das garantias apresentadas pela empresa”, diz. Nos não-reembolsáveis, o valor
depende dos editais.
Todas as
empresas industriais ou de Tecnologia, Informação e Comunicação (TIC), de
qualquer porte, podem buscar este tipo de dinheiro no mercado, desde a nascente
– ainda sem faturamento – até àquelas que estão prontas para abrir o capital na
Bolsa de Valores. Segundo o superintendente, basta que ela tenha o perfil
inovador.
“As empresas do
futuro são aquelas que inovam, mas elas representam hoje apenas 3% do mercado.
Porém, a representatividade delas em termos de PIB nacional é muito
significativa”, afirma. A inovação, de acordo com ele, não significa apenas
investimento em tecnologia. “A tecnologia é apenas parte do processo. Para a
empresa ser inovadora é fundamental que o novo produto tenha viabilidade
comercial”, aponta.
Cases de sucesso
Longe do que se possa imaginar, o processo para conseguir liberação de
financiamento não-reembolsável não é tão difícil. A TecVitória, por exemplo,
ajuda a empresa com consultoria no diagnóstico e até na preparação dos projetos
para serem apresentados.
Foi o caso da
Zaruc, do empresário Rubens Carlos Cortes, que, de 2009 para cá, já
conseguiu mais de R$ 480 mil em recursos não-reembolsáveis. Com os recursos, a
empresa tirou vários projetos do papel, incluindo um bem-sucedido sistema de
comunicação sem fio que garante precisão na coleta de dados de consumo de
energia elétrica.
“Iniciei uma
nova empresa que nasceu com faturamento zero. O financiamento foi fundamental
para transformar o invento em produto viável para o mercado, afinal é muito
desafiador, economicamente, manter ou criar um produto inovador já que os
custos para trabalhar com pesquisa são muito altos. Somente com recursos
próprios não teria tido condições de colocar o produto no mercado no tempo
necessário para aproveitar a demanda”, afirma Rubens.
O mesmo aconteceu com Luiz
Gerosa, diretor Executivo da Interama. Segundo ele, o financiamento
representa a “possibilidade real de tirar o projeto do planejamento e levá-lo à
execução”. Sem os recursos, da ordem de R$ 240 mil, sua empresa não teria
começado a desenvolver o PhysioJoy, um projeto de gameterapia utilizado na
reabilitação fisioterapêutica, ainda em execução mas que já está fazendo
sucesso.
“Os recursos não-reembolsáveis
são fundamentais para desenvolvermos produtos capazes de competir no mercado
nacional com os concorrentes internacionais”, completa Rubens, da Zaruc.
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