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quarta-feira, 10 de agosto de 2011
Mortes pelo uso de motocicletas, de quem é a culpa?
Um recente estudo denominado Mapa da Violência de 2011 – Os Jovens do Brasil – traz dados alarmantes a respeito do número de óbitos que ocorrem em nosso país em decorrência dos acidentes de trânsito, sobretudo os traumas (acidentes) envolvendo motocicletas.
Entre os anos de 1998 a 2008 registrou-se um total de 38.273 mortes nos diversos tipos de acidentes de trânsito, e nesta mesma década estudada os acidentes envolvendo os motociclistas aumentaram em 754%. No Espírito Santo, só no ano de 2008, foram registradas 1069 mortes em decorrência dos acidentes de transito, sendo que desses 294 (27,5%) foram pelo uso das motos. Mas a culpa desses números deve ser atribuída apenas aos motociclistas? Outros fatores contribuem? A final, de quem é a culpa? Na verdade esta é uma discussão abrangente, que deve considerar aspecto social, político e educacional. Inicialmente, os baixos custos de compra e manutenção das motos propiciaram setores de menor poder aquisitivo adquirir esses veículos que passaram a ser utilizados não só como meio de transporte, mas também como meio de trabalho, e em conseqüência desse fato houve o aumentou do número das motos na frota nacional dos veículos, e com isto os acidentes. Outro fator contribuinte é a ausência de uma legislação que pudesse tornar mais segura à vida de motociclistas. A legislação deve incorporar cláusulas que inibam a condução perigosa, como ultrapassar em faixas ocupadas por outros veículos; empregando fiscalização rigorosa.
E por último, o aspecto educacional. Educação no trânsito deve ser aprendida enquanto formação do cidadão deve ser ensinada em casa e na escola, e deve ser reeducada quando o indivíduo se prontifica a fazer o curso de formação de condutores. Deve ser um sistema de educação continuada e revisada. Em suma, a culpa é de toda essa relação sócio-político-educacional.
Em últimas palavras, o fato é que traumas (acidentes) que envolvem motocicletas têm alto poder de letalidade, ou seja, estudos evidenciam que a vulnerabilidade do motociclista de ir a óbito é de 14 vezes maior em relação ao ocupante de automóvel. Se medidas eficazes não forem providenciadas pelas entidades competentes, para minimizar o número de óbitos em decorrência do uso das motos, certamente estaremos defrontando com aquela que poderá ser a maior epidemia do Século XXI: as mortes causadas pelas motocicletas.
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